Fabricante de prótese mamária que rompeu subitamente é condenado em ação indenizatória.
Uma mulher que passou por vários transtornos após o súbito rompimento da prótese de silicone implantada em um dos seios em cirurgia estética, em cidade do norte do Estado, será indenizada. A empresa fabricante do produto foi condenada ao pagamento total de aproximadamente R$ 22 mil. Já a culpa da clínica onde a intervenção foi realizada restou descartada após o resultado da perícia. O médico que realizou o procedimento faleceu antes do ajuizamento da demanda.
Consta na inicial que, ao submeter-se a cirurgia para o implante de silicone, a autora optou pelo produto fornecido pela ré em razão da garantia de 10 anos sem substituição. Porém, passados três anos, percebeu inchaço e assimetria das mamas. Em consulta médica lhe foi informada a necessidade de nova cirurgia, desta vez para a substituição da prótese. Entretanto, antes da realização do novo procedimento, o médico faleceu e os gastos com o procedimento foram arcados pela autora.
Em sua defesa, a empresa fabricante sustentou que possíveis complicações são inerentes às cirurgias plásticas e que não ficou comprovado o vício do produto, o que afastaria o nexo de causalidade.
O juiz Rafael Osorio Cassiano, titular da 3ª Vara Cível de Joinville, destacou em sentença que o defeito no referido produto está comprovado por meio dos exames médicos que atestam o rompimento da prótese. Demais disso, o sofrimento pelo qual a autora passou com a realização de diversos exames, consultas, dor física e psicológica e, ainda, por ter que se submeter a uma nova intervenção cirúrgica, foram suficientes para acarretar o dever reparatório.
“A situação enfrentada pela autora extrapolou, em muito, o mero dissabor, pois é evidente o abalo psíquico experimentado por ela com a notícia de que houve ruptura da prótese após a sua implantação. Deste modo é procedente o pedido de indenização por danos morais no valor de R$15.000,00 e danos materiais de R$ 6.270,16”, finalizou o magistrado. O caso tramita em segredo de justiça e cabe recurso.
Fonte: Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina