Indiciada por lesão corporal gravíssima médica suspeita de dar superdosagem a paciente que ficou em estado vegetativo no RS.

O homem tinha 28 anos quando recebeu dose 10 vezes maior de medicamento para tratar problema cardíaco. A Defesa da médica diz que foi induzida ao erro.

A Polícia Civil indiciou, no dia 24 de janeiro, uma médica por lesão corporal gravíssima em suposto erro médico de superdosagem de medicamento que deixou o jovem Alexandre Moraes de Lara em estado vegetativo em um hospital de Porto Alegre. O caso foi remetido ao Ministério Público, que pediu investigações complementares antes de analisar o inquérito.

O indiciamento de Erika Bastos Schluter foi por ação culposa, quando há negligência, imprudência ou imperícia. A médica foi afastada do Hospital Humaniza logo após o caso. O advogado Flávio de Lia Pires não concorda com o resultado do inquérito e diz que a cliente foi induzida ao erro.

“Quando ela viu que foi alertada que seriam 20 comprimidos, ela foi ao sistema do hospital pra ver se realmente a dosagem que estava sendo fornecida era de 30 gramas, e lá ela constatou que era 30 gramas. Por isso foi feita aplicação dessa forma. A falha é totalmente do hospital ou do sistema, se for um sistema terceirizado, da farmácia do hospital”, afirma.

A direção do Hospital Humaniza diz, em nota, que o caso ocorreu na administração anterior, que os profissionais envolvidos não trabalham mais na unidade e que presta suporte ao paciente. Leia a nota abaixo.

Alexandre tinha 28 anos quando deu entrada no hospital para tratar um problema cardíaco. No entanto, em vez de receber dois comprimidos de propafenona, o paciente recebeu 20 – 10 vezes mais. O remédio, indicado para controlar batimentos do coração, acabou provocando uma parada cardiorrespiratória. Um laudo assinado por um médico contratado pela família afirma que o estado vegetativo de Alexandre tem grande potencial de ser permanente.

A família de Alexandre entrou com um processo contra o Hospital Humaniza e segue aguardando uma indenização para cobrir despesas com o tratamento. O caso dele é considerado irreversível.

Fonte: G1